02/12/09 – quarta-feira
Estamos na véspera da abertura da exposição e nada está “pronto”. O que se vê, ao contrário, é uma produção desigual, que vai desde a leviandade de cartolinas escolares pintadas com canetinha-pincel até a robustez de obras como as da artista plástica Silvia Mharques, que despende horas de trabalho empregando ferramentas pesadas para transformar móveis e geladeiras antigas. O relator do presente diário levou estas suas inquietações ao cabeça da instalação, Rubens Espírito Santo (RES), que as recebeu com naturalidade. Aliás, RES não demonstra sinais de ansiedade seja com relação à disparidade da produção seja com relação à ausência de um conjunto definido de obras para “expor” amanhã. Está muito tranquilo quanto a isso. Nem se vê na obrigação de apresentar resultados; seu interesse parece ser o processo. Neste sentido, a cabana ‒ a ocupação permanente da FUNARTE – é a obra em si, e não isto ou aquilo que lá se produz. Enquanto escultura social, a cabana é uma obra aberta, dinâmica, que incorpora a variedade e a verdade do que produz, e na qual a ação importa tanto ou mais do que a matéria. Seria ingenuidade esperar que o público em geral, acostumado a ser seduzido, tivesse tal clarividência. Resta esperar.
P.S.: Este texto foi postado às 23h do dia 02/12, mas o site wordpress registrou-o dia 03/12 devido à diferença de fuso.
Errata: Quem realizou a performance não foi a Amanda mendes e sim Lilian Soarez.
Obrigado, Lilian. O equívoco já foi corrigido.
E não é essa a pergunta que sempre ME faço? A exposição é o fim de tudo; de onde essas coisas vieram? De onde se deu a faísca que originou no artista a imagem mental de sua criatura? O trunfo da arte é o segredo que esconde de onde ela nasceu. Mas tudo bem, é só mais uma daquelas questões de saber de onde viemos e para onde vamos…
Estamos expondo as faíscas também, Fernanda. Obrigado pela postagem.
bem descrito pelo pelo relator,possibitou-me a visitação visual desta a qual não faço a minina idéia do que seja
Obrigado.