Prefácio [do livro Jogo Arriscado]

No ano de 2011, fui chamado por um Centro de Assistência Social público da Grande São Paulo para fazer um trabalho de pesquisa e levantamento de dados com o objetivo de promover maior conhecimento e interesse pelo tipo de serviço assistencial desenvolvido por esse órgão, cuja filosofia de trabalho provém da implementação de uma política nacional relativamente nova, não profundamente consolidada.

Para além das informações objetivas, coletadas e reunidas em estatísticas reservadas à instituição, tive a oportunidade de conviver com funcionários e entrevistar usuários do serviço, que me proporcionaram uma experiência surpreendente, parte da qual compartilho por meio das três histórias selecionadas a seguir.

Desde já, agradeço a todos os envolvidos que gentilmente concordaram em publicá-las, os quais tiveram seus nomes reais substituídos por nomes fictícios em todo o texto para preservar seu anonimato.

Como leigo na Assistência Social, peço especialmente aos profissionais da área – assistentes sociais, psicólogos e seus demais colegas – a devida licença para abordar seu território com certa liberdade formal, própria de um documentarista amador, atirado em área nova e desconhecida, a quem se dá a chance de apresentá-la por um ângulo espontâneo, potencialmente original. A propósito, como o objetivo deste livro é contribuir para o maior conhecimento do trabalho da Assistência Social pelo público em geral, não necessariamente especializado, foi previsto desde o início do projeto que um autor sem experiência técnica ou acadêmica na área, mas tão somente no campo da narração, poderia estabelecer mais naturalmente uma ponte entre esse meio profissional particular – com sua linguagem própria – e o público mais amplo interessado numa primeira passagem curiosa por esse mundo. Não obstante, uma passagem tanto mais proveitosa é proposta por meio da leitura complementar do apêndice ao fim do livro, que explora aspectos técnicos da Assistência Social pública, servindo de iniciação informal ao assunto, além de contextualizar num fundo comum as diferentes histórias narradas.

Enfim, aos leitores em geral, quero ressalvar aquilo de mais certo que descobri: que a Assistência Social é um universo próprio com vários mundos, dos quais apresenta-se aqui não mais que o esboço de uma ínfima parte, que também de modo algum se deixa esgotar nos limites desta breve narração.

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