21/12/2009 – terça-feira
A dispersão oficial do grupo foi antecipada para hoje. Com efeito, foi do entendimento geral que este período de fechamento obrigatório do prédio da FUNARTE para as festas de fim de ano será melhor aproveitado como momento para renovação das forças individuais do que como tempo de continuidade.
A medida é justa. Ainda que fosse possível prosseguir a idéia da cabana extemporânea no espaço do Atelier do Centro, como se experimentou fazer desde ontem, o caráter próprio desta ocupação já estaria prejudicado. De fato, a cabana extemporânea quer a transformação de uma galeria de arte oficial num lugar que abriga uma obra viva, uma escultura social imprevisível que interage com a instituição na qual se instala, promovendo uma revitalização (ou destruição, no pior caso) da relação entre galeria de arte, artista e comunidade do entorno da galeria (ou sociedade como um todo, no melhor caso). A ocupação de um espaço que não um órgão oficial de arte disposto a tal tipo de exposição dupla – dos artistas e da própria instituição – perde o risco da contrariedade e do estranhamento recíproco que dão justamente a vitalidade da obra.
No mais, um tempo de afastamento mútuo entre os integrantes da cabana não fará mal a ninguém. Cada um contará com um tempo favorável para assentar as idéias após o choque inicial. Diversos incidentes naturais a um convívio prolongado entre estranhos submeteram a personalidade dos jovens – e também dos mais experientes – a difíceis transes, elevaram os ânimos, provocaram atritos e revelaram um pouco do caráter e do temperamento de cada um. Agora a primeira onda reflui para encorpar a próxima, que será maior, estendendo-se ininterruptamente até 20 de fevereiro.
No interregno, que dura de amanhã até o dia 3 de janeiro, dedicar-me-ei ao estudo da arte, a fim de me preparar para a segunda e decisiva fase da ocupação, no que espero contar com a cumplicidade diária do leitor.
tamos no aguardo,bring to ligtheeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee