Bom Dilma: breve análise da aniversariante

BOM DILMA

Taí uma grande figura histórica.

Ex-guerrilheira, presa e torturada, instaurou na presidência a Comissão da Verdade, para investigar os crimes das FFAA durante a ditadura de 64, o que a indispôs com os militares.

Queria que os recursos do recém-descoberto Pré-Sal fossem para a educação, e teve seu celular grampeado pela CIA.

Durante seu governo, o Brasil chegou a ser a 6ª maior economia do mundo, melhor posição na História. Um país ainda visto como potência emergente. Com Temer e Bolsonaro, caiu para 12ª, e ruma para 13ª.

Seu ponto fraco era o feminismo/gayzismo, calcanhar de Aquiles da esquerda, por onde se infiltrou a campanha anticomunista conservadora, como combate à “ideologia de gênero”. A direita se fiou nesse ponto, onde a esquerda estava evidentemente errada (travesti não é mulher, obviamente), como uma cunha para avançar a deposição de Dilma e impor toda a sua agenda, especialmente o realinhamento com os Estados Unidos, implicando esvaziamento do BRICS (economias emergentes) e saída do Brasil da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas).

O alinhamento com os Estados Unidos, que é histórico, não seria problema se não fosse tão subserviente, como o fez Bolsonaro, cedendo até nossa base espacial de Alcântara pros americanos (e só não vendeu a EMBRAER porque a pandemia ferrou a BOING e atrapalhou o negócio).

Enfim, Dilma foi uma continuidade daquele Brasil emergente de Lula, que sediou Copa do Mundo e Olimpíadas, aliado dos latinos Fidel e Chávez, mas que, na hora do choque de interesses mundial, achou que tinha dado um passo maior que a perna ao se aliar a China e Rússia e não aos Estados Unidos, e se acabrunhou, pondo a viola no saco e voltando para seu lugar.

Qual o lugar do Brasil? Coisa de se perguntar, depois de tantos conturbados e doloridos processos.

* Um lugar de independência diplomática, me parece. Sem negar o pertencimento natural ao bloco ocidental.